quarta-feira, 27 de abril de 2011

Questionamentos Contabilidade Gerencial

1-1: Por que operadores/funcionários, gerentes intermediários e altos executivos têm necessidades diferentes de informação?
  Cada componente humano da organização precisa de informações que sejam capazes de medir seu desempenho pessoal e de seus subordinados. Obviamente as pessoas ligadas à operação precisam de informações mais detalhadas sobre processos internos e o modo de fazê-los de forma mais eficaz; já altos executivos precisam de informações vista de um ponto mais alto, ou seja, saindo da operação e entrando na estratégia e análise setorizada e/ou global de resultados.
 Por exemplo, um gerente de uma unidade local precisa saber a rentabilidade, custos, rotatividade, etc., de sua unidade. Já um gerente global precisa analisar as informações de cada unidade, para isto não precisa entrar no nível de detalhamento que o gerente local necessita. O setor de cobrança de uma empresa precisa saber o nome de cada devedor inadimplente, já o gerente geral precisa saber apenas o índice de inadimplência.

1-2: Como o papel dos sistemas de contabilidade gerencial muda à medida que o ambiente torna-se mais competitivo?
Com o ambiente mais competitivo, as empresas precisam conhecer eficazmente seus custos internos de operação, analisar forças, ameaças e oportunidades. Para se ter uma base de dados para as análises eficientes sobre viabilidade e decisões estratégicas depende-se de dados que só a contabilidade gerencial pode fornecer. Esta utilizando dados históricos, mapeia a empresa e direciona suas análises para o futuro.

1-3: Qual o impacto da mudança do papel da informação contábil de controlar trabalhadores e operadores para informar as atividades de melhoria contínua desses funcionários e operadores?
   Como diz o ditado: “diga-me como me mede e te direi como irei me comportar”, é importante a empresa possuir sistemas de medições que permitam que cada colaborador tenha acesso ao seu desempenho, optando por conta própria melhorar seus índices pessoais. Isto inclui uma forte mudança política cultural na organização, o desempenho do colaborador e sua evolução precisam de índices para serem controlados, e  mais do que controlar o empregado, cabe desenvolver incentivos de liderança e melhora contínua.

1-4: Por que os altos executivos necessitam de medidas, além das financeiras para avaliarem o desempenho de suas empresas em período mais recente?
Hoje um DRE (Demonstrativo de Resultado do Exercicio) mostra a receita adquirida (dado financeiro) podendo ser combinada com a informação não financeira de número de clientes atendidos. Porém como mensurar as vendas perdidas? Quantos clientes entraram na minha loja, consumiram custos (tempo de atendimento dos funcionários) e não geraram faturamento, eles não aparecem no DRE. Com a concorrência acirrada, principalmente se a estratégia da empresa for por diferenciação, acompanhar e desenvolver medidas não financeiras serão essenciais para a perpetuidade da empresa.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Publicação das Demonstrações Financeiras

Adoção de IFRS eleva gastos com divulgação de balanços nos jornais e reacende a polêmica sobre a publicidade obrigatória


Em 2010, foram oito páginas de demonstrações financeiras publicadas no Diário Oficial do Estado de São Paulo e outras quatro e meia veiculadas no jornal paulista Diário do Comércio referentes ao exercício 2009. Este ano, o espaço ocupado pelo balanço da Duratex dobrou nos dois jornais: 16,5 e 9 páginas, respectivamente. Os custos de veiculação do material subiram 117%, para R$ 495 mil. Por trás da mudança de patamar dos gastos está uma novidade chamada International Financial Reporting Standards (IFRS). O padrão internacional de contabilidade, traduzido no Brasil pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e regulamentado pela CVM, passou a ser adotado integralmente a partir dos balanços encerrados em 2010. Gerou documentos mais robustos quando se trata de prestar informações e justificar a mensuração de ativos e passivos. Mas também mais extensos e caros na hora de publicá-los na imprensa.

Na Duratex, dois itens em especial consumiram mais tinta e papel. Para fabricar pisos laminados de madeira, uma de suas principais linhas de negócio, a companhia mantém florestas. Classificadas como ativos biológicos, as plantações de pinheiros e eucaliptos passaram a ser contabilizadas por seu valor justo no momento da colheita descontado do custo de produção, como manda o pronunciamento CPC 29, e não mais simplesmente pelo custo. A companhia teve de apresentar todos os critérios e premissas adotados no novo método de calcular o valor das florestas, inchando a seção de “notas explicativas”. A incorporação da Duratex pela Satipel (que passou a levar o nome da primeira), feita em 2009, também exigiu explicações detalhadas sobre o valor justo de todos os ativos adquiridos e sobre o ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (o chamado goodwill).

Outra que dobrou as despesas com publicidade legal foi a Eucatex, do mesmo setor de atuação da Duratex. Seu balanço saiu da média de duas páginas de jornal até o exercício 2009 para quatro, no último ano. Na Luz Publicidade, a maior agência do ramo, a projeção é de que os balanços relativos a 2010 preencham, em média, 20% mais espaço nos jornais. O mesmo percentual é previsto pela agência Pefran.

Previsões à parte, o incremento da extensão dos balanços é evidente. No dia 29 de março, o jornal Valor Econômico, um dos mais usados pelas companhias abertas para a divulgação de demonstrações financeiras, circulou com uma edição de 316 páginas, das quais 274 eram de publicidade. Essa foi a maior edição já publicada pelo veículo.


A marca anterior era de um total de 284 páginas, de fevereiro do ano passado. “Esse recorde deve-se exclusivamente à publicação dos balanços e ao aumento de suas páginas em função dos IFRS”, confirma Andréa Flores da Silva, diretora de publicidade legal e mercado de capitais do Valor.

DISCUSSÃO RETOMADA — Ninguém duvida da melhora da qualidade de informações contábeis proporcionada pelo IFRS. Mas sobram queixas quanto à obrigatoriedade de publicação dos balanços em veículos impressos. A discussão é velha, mas volta a incomodar com a elevação de seus custos, especialmente porque não há, para os anunciantes, ganhos proporcionais aos desembolsos feitos com a publicidade legal.

A impressão obrigatória dos balanços está prevista na Lei das S.As. A legislação determina que as demonstrações financeiras anuais das companhias de capital aberto sejam publicadas não apenas em jornal de grande circulação, mas também em um veículo da imprensa oficial (diários oficiais dos estados ou da União). No caso da Duratex, os R$ 495 mil gastos neste ano representam, fora as despesas com salários, 43% da verba anual de R$ 1,150 milhão da área de relações com investidores (RI).

Há dúvidas na empresa sobre a eficiência da publicidade legal e seu poder de alcance entre os interessados nesse conteúdo. “Com as reuniões Apimec que faremos em seis cidades neste ano gastaremos R$ 150 mil e atingiremos os principais analistas que acompanham a empresa”, compara Flavio Donatelli, diretor financeiro e de relações com investidores (RI) da companhia. A veiculação do balanço nos jornais também é inútil para atingir a parcela de acionistas que fica fora do País. “Do nosso free float, 60% são investidores estrangeiros que leem os resultados em inglês, através da internet”, argumenta. Outros profissionais demonstram a mesma insatisfação. “É um custo cujo retorno não é mensurável. Quantos road shows eu poderia fazer com essa verba?”, questiona uma diretora de RI. Na empresa dessa executiva, o tamanho do balanço também dobrou no último ano. “Precisamos rever a regra”, defende.

A mais recente tentativa de flexibilização das regras sobre publicidade legal foi feita durante a tramitação do projeto que resultou na Lei 11.638/2008 e alterou a Lei das S.As. Na proposta, foram discutidas, além da adoção das regras internacionais de contabilidade, possíveis mudanças no regime de divulgação de resultados anuais. A primeira parte, apesar da complexidade técnica, foi aprovada com louvor. Já o segundo ponto foi responsável pelo encalhe do projeto no Congresso Nacional durante quase uma década.

Inicialmente, cogitou-se desonerar as companhias abertas da publicação dos balanços, permitindo que fosse usada somente a internet para essa divulgação. Com a resistência do setor de mídia, migrou-se para uma proposta intermediária, que previa a publicação de uma versão condensada dos balanços nos jornais e a íntegra na internet. Como nem assim o projeto caminhou, e a necessidade de adoção das novas normas contábeis era cada vez maior, o plano de dispensar a publicação nos jornais sumiu da pauta.

PESO LEGAL — Do ponto de vista das companhias, é difícil justificar a utilidade de gastos tão elevados com a publicação de seus números em meio impresso, já que o universo de interessados tem acesso a eles pela internet. Para os jornais, o interesse é mais claro. A publicidade legal representa importante fonte de receitas. Há ainda uma razão jurídica para o uso da mídia impressa, principalmente dos veículos oficiais. Em seu livro Comentários à Lei de Sociedades Anônimas, o advogado Modesto Carvalhosa, tradicional defensor do modelo vigente, argumenta que a divulgação em diários oficiais tem a função de “estabelecer a presunção legal do conhecimento por terceiros”.

O modelo brasileiro de publicidade legal não é único. No nosso caso, é uma herança histórica. Países como França, Espanha e Portugal também obrigam a publicação de balanços em jornal. “O mundo ibérico é muito cartorial”, observa Marcos Monteiro, diretor-presidente da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Na América Latina, o mesmo é exigido pelos vizinhos mexicanos, argentinos e chilenos. Nos Estados Unidos, de cultura anglo-saxônica, não existe essa imposição.

 
Como não dá para mudar o passado, e alterar o futuro dependeria de uma suada alteração da legislação societária, resta às companhias conviver da melhor forma com o regime atual. Para as que estão em São Paulo, uma notícia pode amenizar os ânimos. A imprensa oficial paulista, que hoje cobra R$ 184 por centímetro de coluna para a veiculação de publicidade legal, reduzirá a tabela de preços em 2012. “Este ano não reajustamos os preços, e posso dizer que, no ano que vem, com certeza o valor será menor”, assegura Monteiro. A nova política é resultado de uma orientação do governo paulista para que o faturamento do diário oficialdo estado se aproxime do seu custo operacional.


Fonte: Por Yuki Yokoi, para a Revista Capital Aberto

Resenha: Corrente Critica (Goldratt)

    
  Esta obra busca fazer com o Gerenciamento de Projetos, o que a obra A Meta fez com a produção industrial, dismistificar os fantasmas do comodismo e mostrar que os "axiomas" aplicados ao gerenciamento de projetos estão longes de serem verdades universais.
  Apontamos os maiores problemas/vicios da gerência de projetos:
 a) Síndrome do Estudante: sempre que consegue-se um alongamento de prazo é comum as pessoas se acomodarem nesta "folga" e iniciarem o trabalho mais tarde;
 b) Multitarefas: a realização de tarefas concomitantes faz o foco dissipar-se;
 c) Falta de Otimização do Caminho Crítico: com a relação de interdependencia entre as partes, precisa-se verificar o recurso escasso para omitizar o projeto com a exploração e priorização do caminho crítico.


   A Corrente Crítica, além de levar em consideração a dependência de recursos, também resolve diversos outros problemas inerentes aos métodos tradicionais, através da:
1) Aplicação correta de segurança contra atrasos, através do uso de pulmões/buffers (que não são "gorduras"), nos locais onde serão mais úteis e compartilhados pelas tarefas mais críticas, oferecendo elasticidade (resiliência), aproveitando adiantamentos e suportando atrasos


2) Decisão sistemática pelo início "mais tarde" das tarefas (ao contrário da preferência popular pelo início "mais cedo"), evitando o efeito "Big Bang" nos projetos e desafiando a noção de que "quanto mais cedo começarmos, mais cedo terminaremos"


3) Motivação correta para a estimativa precisa e relato confiável de progresso, eliminando datas de início e de término das tarefas (sempre que possível) e reportando progresso baseado em duração restante, e não em porcentagem


4) Eliminação da multitarefa, o que melhora significativamente o foco e a qualidade e reduz drasticamente a duração das tarefas


5) Gestão dinâmica dos pulmões, o que fornece um sistema simples e objetivo para orientar o Gerente do Projeto sobre o que fazer, além de fornecer um indicador histórico para a melhoria contínua


6) Escalonagem de projetos através de um recurso "tambor" (pessoa, local, departamento, etc.), em ambientes multiprojetos, proporcionando maior vazão global e um foco para controle e priorização


  
   Assim como em uma corrente, a empresa é tão forte quanto o seu elo mais fraco. Logo, se quisermos melhorar o desempenho do sistema, precisamos conhecer sua principal restrição e atuar nela, de forma a promover um processo de melhoria contínua. (A Meta, Eliyahu Goldratt).


   De forma simples, podemos dizer que Corrente Crítica (Critical Chain / Critical Chain Project Management), é a aplicação da Teoria das Restrições ao ambiente de projetos. Tem como objetivo a melhora de desempenho de projetos desafiando as premissas existentes na forma tradicional de planejar e controlar cronogramas.


No planejamento tradicional, verificamos que tende-se a incluir uma margem ou reserva (segurança) ao final de cada atividade, para suprir eventos de riscos não previstos ou mal dimensionados. Esta é a tendência de superestimar (tempo, custo, …) deve-se também à estabilidade emocional e nível de conforto desejados pelo executor da atividade.


A Corrente Crítica entra exatamente na mudança de paradigma, sugerindo que se planeje as atividades estimando suas durações de forma agressiva, reduzindo o tempo, mas de forma que seja factível, para cada atividade do cronograma.

Mas onde colocaremos os tempos estimados que comporão a margem de segurança?


Será colocado um tempo ao final do cronograma, que geralmente é uma estimativa baseada na média da duração das tarefas. Assim consegue-se uma redução em torno de 50% da estimativa original do cronograma. Esta margem de segurança é chamada de “pulmão”.
O que podemos perceber nitidamente é que o uso do método da Corrente crítica, aumenta-se o controle das atividades, mas para isso, deve-se existir na organização um histórico dos reais tempos de atividades idênticas de projetos anteriores. Assim, poderemos chegar em uma estimativa mais perto do real.