quarta-feira, 17 de outubro de 2012

RESENHA: Administração de sistemas de Informação e a Gestão do Conhecimento (Alessando Marco Rossini e Angelo Palmisano) 2012


     
    Excelente obra, de carater mais teórico do que prático, aborda os principais conceitos inerentes à gestão dos sistemas de informação, bem como ressalta os problemas com a resistencia à mudanças que as pessoas costumam apresentar frente à novas tecnologias. Como ponto chave tem-se modelos de passos para implementação de novas tecnologias na empresa, bem como cuidados especiais. Abaixo segue o resumo de alguns trechos do livro, os que julguei mais interessantes.

 Definições importantes:

       Informação e Ruído: Para que não haja ruídos ou perda das informações na transmissão, ela deve ser adequada ao nível hierárquico ao qual se destina. Assim, informações mais analíticas para níveis hierárquicos mais baixos (operacionais e transacionais) e as mais sintéticas para níveis hierárquicos mais altos (gerencial, tático, estratégico).

Custo/Benefício: A informação só deve ser produzida se proporcionar um resultado, pelo menos, equivalente ao custo de sua produção. É a relação entre o custo de produção da Informação e o benefício que ela oferece ao tomador de decisões, é agregar valor a um determinado processo.

Padronização de dados: formato de dados, o que torna os dados mais transparentes, facilita comparação de resultados e ressalta a exposição de anomalias da informação, o que facilita a utilização de diferentes indicadores de resultados na empresa.


Trechos destacados:

(...) há bem pouco tempo os sistemas de informação se baseavam apenas, e davam grande ênfase, na base matemática normativa, tomando como base os modelos de pesquisa operacional para elaborar seus cenários; era a visão técnica que imperava e orientava a aplicação de recursos.


Atualmente sabe-se que uma grande parte dos problemas enfrentados pelas organizações diz respeito ao comportamento humano. Mais ainda, muitos problemas comportamentais que são usados, implementam e estruturam sistemas não podem ser expressos através de normas rígidas dentro de uma visão estritamente técnica.

Assim, o enfoque atual dos sistemas de informação é sociotécnico, considerando com igual importância tanto a parte técnica e matemática quanto a comportamental.

(...) a chave para as melhorias organizacionais seria enfatizar tanto os fatores humanos quanto os de desempenho.

Não devemos esquecer que integrar os sistemas de informações significa fazer que todos os sistemas existentes e/ou processos compartilhem uma mesma base de dados. Os sistemas de informações possuem inter-relações entre os diversos tipos de sistemas de informações existentes dentro de uma empresa.


Sobre o futuro dos sistemas especialisas... (...) área ainda enfrenta pelo menos dois grandes desafios: o problema de estipular metodologias mais eficientes para a aquisição do conhecimento a partir de especialistas humanos e o problemas da simulação do senso comum. Exemplos típicos deste problema ocorrem quando, por exemplo, alguém nos pergunta qual o número de fax de Ludwind Van Beethoven. Nós imediatamente descartamos a pergunta, pois sabemos que na época de Beethoven não havia aparelhos de fax. Um sistema especialista consultaria sua base de conhecimento e tentaria encontrar o número de fax de Beethoven para, depois de algum tempo, fornecer a resposta, isto é, afirmar que tal número não existe. Pior do que isto, é possível que o sistema especialista acuse que sua base de conhecimento está incompleta e solicite ao usuário que forneça esta informação suplementar.

   O esforço contínuo de adaptação gera um estresse organizacional que precisa ser administrado.
Implementar mudanças nas organizações não é simplesmente alteras as formas de executar atividades pura e simplesmente, mas sim prover de novos conhecimentos e de tecnologias cada vez mais eficazes, contribuindo, porém, com a evolução e crescimento dos indivíduos. Está aí um ponto de reflexão que muitas pessoas devem realizar em suas poltronas confortáveis.

  
...talvez a verdadeira questão não seja como aproveitar melhor o tempo no sentido utilitário das novas tecnologias da informação e da comunicação. Talvez o interessante seja recuperar o controle sobre o tempo moderno, adequando seu ritmo, redescobrindo o espaço da reflexão e da ociosidade.
 
O conhecimento do indivíduo está sempre crescendo, como igualmente cresce a sua desordem (chamam-na de criatividade). O conhecimento coletivo, ao contrário, tende a ser ordenado, havendo inevitavelmente um conflito entre o caráter entrópico do conhecimento individual e a ordem que a sua coletivação impõe.
 
 

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