Atualmente, percebo certo descaso das empresas – sejam pequenas, médias ou grandes – com relação a um setor vital: a área administrativa. Muitos empresários ainda possuem uma visão distorcida quanto à necessidade de atenção especial a esta área tão importante e vulnerável das empresas; muitos continuam considerando os valores empregados como uma mera despesa ou um mal necessário dentro da organização.
A área de vendas sempre foi o “primo rico”, recebendo todas as atenções, financeiras ou motivacionais, seguida pela área de Produção e afins. Em último lugar, se sobrar alguma coisa, pensam no Investimento em pessoal, treinamento, sistemas e equipamentos adequados para aquilo que considero o cérebro de qualquer empresa: o setor administrativo.
Já recebi o relato de um cliente que teve sérios problemas com um grande fornecedor. Este atrasou, várias vezes, o Faturamento de seus pedidos por problemas no setor administrativo, mais precisamente, na emissão de notas fiscais, por falta de pessoa qualificada para o procedimento. Investigando um pouco, descobriu que o setor de emissão de notas era "pilotado" por um estagiário. E não me refiro a uma pequena empresa, mas a uma multinacional.
Em pequenas e médias empresas, o problema é ainda maior. Muitas, no intuito de economizar, acabam delegando várias funções importantes para uma única pessoa, sem assegurar um treinamento adequado mínimo; isso ocorre, por exemplo, nas áreas de recursos humanos, financeira e fiscal. Para uma pequena empresa, sem dúvida que no início essa é a única maneira possível de organização e, na maioria dos casos, é o próprio empreendedor que acumula as funções. Isso se torna um problema maior quando a empresa começa a crescer e essa área continua sendo a última a receber atenção, e não na medida da sua importância. Tal displicência pode, por vezes, custar caro ao empresário, por conta de rompimentos de parcerias importantes, assim como por severas punições na esfera fiscal.
Uma sequência de erros e mal-entendidos pode minar qualquer relação comercial, mas frequentemente o empresário só se dá conta quando a bomba já estourou. Depois, sente-se traído por não ter sido informado sobre a gravidade do problema. Porém, fazendo uma pequena reflexão, poderá constatar que recebeu vários sinais quanto à situação, os quais não foram interpretados corretamente ou permaneceram tratados como assunto sem importância. O problema é ainda maior nas áreas fiscal e de pessoal: com o tempo, são criadas verdadeiras bombas–relógio, que podem ser acionadas sem qualquer aviso, com efeito devastador para as finanças de uma empresa, chegando até mesmo à falência
Mencionei este assunto com o intuito de mostrar que, ao final, todo desajuste acaba estourando na empresa contábil ou na contabilidade das empresas. Ou seja, com tantas falhas na Produção do material para relatórios contábeis e fiscais, existe grande probabilidade de o empresário desconhecer o real valor de sua empresa. Da mesma forma, não terá informações confiáveis para a tomada de decisões importantes dentro da organização.
Empresário, trate a área administrativa de sua empresa com o valor e a importância que esta merece e você constatará o aperfeiçoamento da relação com seus clientes e parceiros – e, consequentemente, o quanto poderá lucrar. Pense nisso!
Autor: Isaac Rincaweaki
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