quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Resenha: Manual Prático de Consultoria (Anélio Berti)


  Nesta obra o autor faz um apanhado geral a função do consultor terceirizado. Porém é muito fraca ao levantar reais problemas, pois detêm-se muito nas análises das demonstrações contábeis, o que, sabemos que na maioria das vezes não é confiável para tomada de decisões, precisando ser "lapidada". Os exemplos numéricos possuem muitos erros matemáticos. A obra serve mais como uma revisão, pois possui pequenos capítulos abrangendo diversas áreas de conhecimento empresarial, sem se aprofundar demasiadamente em nenhuma.


 "Se houver lucro, teremos uma origem de recursos;
  Se houver prejuízo teremos uma aplicação de recursos."

"As demonstrações contábeis (com exceção apenas do balanço patrimonial - que é um relatório estático) são consideradas dinâmicas. A demonstração de resultados do exercício e demonstrações de Mutações do Patrimônio Líquido retratam, por exemplo, fluxos econômicos, porque contêm elementos relacionados com a variação da riqueza."

"Na contabilidade de custos, vários são os métodos de custeio existentes que podem ser utilizados pelos profissionais da área, e cada técnico utiliza o método de acordo com a sua necessidade, ou seja: dependendo da informação que se busca, utiliza-se o método mais apropriado."

"Conceitua-se como margem de contribuição o montante que cada unidade do produto contribui para pagar o custo fixo da empresa e formar o lucro. Pode-se definir também como margem de contribuição a diferença entre o preço de vendas e o custo variável total do produto."

 "pode-se pensar e ter a impressão de que a atividade seja eficiente porque os custos unitários e globais se estabilizam em certo nível. Entretanto, a estabilidade de custos não significa necessariamente que há eficiencia; os custos anteriores em comparação com os correntes podem ter sido ineficientes."

  "A maior parte das empresas, mesmo quando muito grandes e complexas, podem ser decompostas em duas ou tres dezenas de macroprocessos."

 "Em se tratando de economia é de fundamental importância um conhecimento básico do seu funcionamento, iniciando pelos problemas econômicos fundamentais.
  O problema econômico fundamental nós podemos dizer que consiste basicamente em três aspectos: (1) o que produzir e em quais quantidades; (2) Como produzir; (3) Para quem produzir."

 "É importante que o analista padronize as demonstrações entre os exercícios financeiros, ou seja: a utilização da mesma linguagem em períodos diferentes visando a unificação dos termos e facilitando a transformação dos dados em informações."

 "A análise mercadológica de uma empresa é o estudo que se faz para avaliar as condições de mercado em que a empresa está inserida e requer cuidados para que não se cometam erros de avaliação, sabendo que o mercado é o setor extremamente importante para a sobrevivência da empresa.
   Para um estudo detalhado do mercado de uma empresa, é necessário um estudo amplo, analisando o seguinte: posição do setor, mercado consumidor, mercado fornecedor, mercado concorrente, só após esse estudo é que se pode concluir pela viabilidade ou não, do mercado da empresa."

 "A pesquisa de campo, além de ter o objetivo de levantar o potencial de consumo do produto, serve também como um cadastramento dos prováveis compradores do produto que se está pesquisando."





  

domingo, 5 de dezembro de 2010

Resenha: Sistemas de Informações Contábeis (Padoveze)

  
  



     Esta obra tras em seu enredo uma preocupação cada vez mais corrente nas empresas: a qualidade do sistema de informações. É visível hoje que muitas rotinas que anteriormente eram duplicadas e redundantes não podem mais exigir retrabalho no atual estágio de evolulção dos sistemas contábeis e gerenciais. Uma TI de qualidade é um ativo intangível dentro de uma entidade, contribuindo para sua competitividade.
   
   "O fato de a empresa captar recursos no ambiente, processá-los, e devolver ao ambiente em que está inserida (suas saídas, por meio de seus produtos e serviços), faz com que a primeira análise para o cumprimento dos objetivos do sistema empresa se situe numa análise profunda do ambiente em que a empresa se insere.
   A análise externa (do ambiente) é traduzida, normalmente, em ameaças e oportunidades para a empresa, que por sua vez devem ser ligadas aos pontos levantados pela análise de seu ambiente interno, onde são detectados os pontos fortes e fracos do sistema empresarial."

   "A informação não deve limitar-se a administrar os recursos internos, mas ultrapassar as fronteiras da empresa e integrar-se sistematicamente com fornecedores, clientes, etc., sendo, portanto, a TI, fator chave de competitividade."

  O cadastro de clientes pode ter tamanha magnitude, que tem a possibilidade de ser um ativo intangível, dado o grande número de informações mercadológicas que pode conter. Ele pode conter informações fruto de anos de pesquisas da empresa sobre seus clientes.

 "Partindo do pressuposto de que quem faz o preço é o mercado, um sistema de contabilidade de custos para apenas apurar custos e formar preços de venda não tem sentido nenhum. Deve haver uma mudança radical no pensamento dos empresários, de forma que abandonem o mundo dos custos, para o qual foram treinados, e ingressem no mundo dos ganhos, onde está a intuição e os resultados positivos."

  "O propósito da informação é possibilitar que uma organização alcançe seus objetivos pelo uso eficiente de seus outros recursos, isto é, homens, materiais, máquinas e outros ativos e dinheiro. Desde que a informação é também um recurso, a teoria da informação considera os problemas de seu uso ineficiente.
    O uso eficiente da informação como um recurso é considerado como o confronto entre os custos associados com a produção da informação e os benefícios derivados de seu uso."

    "Os relatórios gerenciais constituem uma das formas importantes por meio das quais a estratégia é comunicada por toda a organização. Bons relatórios contábeis são os que centram a atanção nos fatores que são fundamentais para o sucesso da estratégia adotada. Esses relatórios devem ser totalmente coerentes com a estrutura da conta e o plano de contas.
     Sempre que possível, o relatório deve constar de dados futuros, orçados, previstos ou padrões. Toda informação contábil tem que ter essa orientação futura, servindo tanto para a avaliação do passado como para dar condições de preditividade."
 
   "Um sistema de informação contábil decisorial não deve se limitar às contas contábeis tradicionais. Deve estar aberto a contas contábeis que não necessariamente se utilizam na metodologia tradicional, bem como de lançamentos exclusivamente valorados por mensuração monetária e econômica.
   Sempre que necessário, contas contábeis de cunho informativo, quantitativo ou até visando à operacionalização de informações futuras poderão e deverão ser criadas dentro do sistema contábil gerencial, sempre objetivando atender às necessidades dos usuários da informação contábil."

  Numa implantação de um novo sistema de informação, as mudanças são inevitáveis e é essencial que os responsáveis pelo projeto tenham habilidade suficiente para o gerenciamento dos aspectos humanos e motivacionais envolvidos.
   

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

IFRS - Matéria

Interessante matéria da jornalista Yuki Yokoi, publicada na revista Capital Aberto:


      Agora é para valer. A partir de 2011, todas as sociedades anônimas brasileiras passarão a divulgar balanços conforme as normas internacionais de contabilidade — o International Financial Reporting Standards (IFRS, na sigla em inglês). E é bom os CFOs, diretores de relações com investidores (RI) e controllers estarem preparados para responder às dúvidas que muito provavelmente vão surgir. Trata-se de uma mudança profunda, que significa não apenas um novo conceito de contabilidade, mas também números diferentes nos balanços das companhias.

     A começar pelas contas de ativo imobilizado. No Brasil, assim como nos demais países que incorporaram o IFRS, será adotado o “deemed cost”, uma espécie de reavaliação dos ativos imobilizados, de seu tempo de vida útil e sua depreciação, que pode ser realizada uma única vez. Isso significa que empresas que identificarem bens com potencial de geração de caixa relevante registrados contabilmente por valores substancialmente diferentes, sejam eles superiores ou inferiores, terão de adequá-los ao valor justo na primeira demonstração elaborada de acordo com o IFRS. “Vi casos em que essa reavaliação inicial elevou em cerca de R$ 100 milhões o ativo imobilizado de uma companhia”, afirma um auditor que preferiu não se identificar.

     Na Europa, berço das normas internacionais, o deemed cost não foi largamente utilizado, uma vez que os ativos imobilizados já estavam mais próximos do valor justo. Mas a expectativa é de que, no Brasil, ele seja muito mais necessário. “Há companhias que continuam gerando caixa com ativos contabilizados por um valor muito baixo ou até mesmo igual a zero, o que não representa, economicamente, a realidade do bem”, diz Paul Sutcliffe, sócio líder da área de IFRS da Ernst & Young Terco.


     As reavaliações poderão favorecer os acionistas. Segundo o IFRS, a depreciação deve ser baseada na vida útil real estimada para o bem, ao contrário do modelo anterior vigente no Brasil, em que as empresas usavam os prazos de depreciação indicados pela Receita Federal, independentemente de eles serem compatíveis ou não com a realidade. Agora, é possível que muitas delas estendam os prazos de vida útil dos seus imobilizados e, dessa forma, reduzam os valores anuais de depreciação, aumentando a base de cálculo de dividendos e o patrimônio da companhia — sem qualquer desembolso de caixa.

     Para justificar tantas mudanças, as companhias têm recorrido, espontaneamente, a avaliadores externos, conta Bruce Mescher, sócio da Deloitte. Na CPCONT, especializada em avaliação patrimonial, a demanda por laudos, decorrente da nova contabilidade, cresceu 40% neste ano. A empresa criou, inclusive, uma área de gestão econômica e estratégica, ampliando a equipe em 30%. A procura tem sido crescente, segundo Rafael Junqueira, diretor comercial da consultoria. O principal interesse das companhias é obter garantias para justificar eventuais diferenças. “Algumas avaliações captaram uma realidade econômica distinta daquela que era contabilizada e, agora, isso aparecerá nos balanços”, diz Nilton Belz, que coordena a área de gestão econômica.

ESTRATÉGIAS REVELADAS — Informações novas sobre as companhias também virão da conta de ativo intangível, que foi introduzida pelo padrão internacional. Para os investidores, esse conteúdo pode trazer uma nova perspectiva do negócio. Como o ágio de uma aquisição deixa de ser a simples diferença entre o valor patrimonial e o preço efetivamente pago para se tornar o excedente em relação ao valor econômico, fica muito mais fácil avaliar a importância estratégica de cada operação.

     A separação dos ativos intangíveis em uma rubrica também promete trazer informações sobre a visão da administração. Um exemplo é a situação de compra de um concorrente. Pelas novas regras, os ativos intangíveis adquiridos, como marcas e patentes, passam a ser registrados no ativo não circulante da compradora (a exceção fica por conta dos intangíveis gerados internamente). No entanto, caso a compra tenha como objetivo fortalecer a marca própria, anulando a da concorrente, esse ativo não poderá permanecer registrado como bem intangível. “Será preciso dar baixa no intangível ao longo do próprio exercício, o que impacta o resultado do período”, esclarece Ivan Clark, sócio da PwC.

DE CARA NOVA — Rubricas simples e velhas conhecidas do mercado, como o lucro por ação, também não escapam da nova roupagem trazida pelo IFRS. Até então, bastava dividir o lucro líquido do exercício pelo número de ações em circulação, descontados os papéis em tesouraria, para se chegar ao valor do lucro por ação. Agora, as companhias deverão apresentar o “lucro por ação básico”, que será o resultado da divisão do lucro líquido pela média ponderada das ações ao longo do exercício. Isso significa que empresas que emitiram ou cancelaram ações ao longo do ano deverão levar em conta essas alterações.

O “lucro por ação diluído” é outra novidade. Calculado a partir do lucro líquido dividido pela média ponderada de todas as ações emitidas somadas às que têm potencial de exercício (aquelas geradas por planos de stock options e debêntures conversíveis em ações), esse múltiplo merece um cuidado especial das companhias. “Algumas empresas europeias erraram o cálculo ao apresentar os dados à SEC e foram obrigadas a reapresentá-los”, lembra Clark. A dificuldade se concentra nas companhias que desdobraram ações ou realizaram fusões. “É necessário ainda apresentar o cálculo retroativo para o período anterior, base da comparação”, enfatiza o auditor.

ATRASADOS — Nos balanços das concessionárias de energia elétrica, os ativos cedidos pelo governo para a exploração do serviço (como linhas de transmissão de energia) deixarão de ser registrados no ativo imobilizado e passarão a ser classificados como ativos financeiros ou intangíveis. A alteração visa a refletir o fato de que o ativo-base de uma concessão não pertence à companhia exploradora, apesar de ela usufruir integralmente o bem e ainda ter uma receita previsível com ele, por exemplo, através da cobrança de tarifas mínimas. No entanto, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não aprovou a nova interpretação da CVM, o ICPC 01, é provável que os primeiros balanços em IFRS ainda apresentem esses ativos registrados como imobilizados.

Desde a promulgação da Lei 11.638/07, que criou as bases para a adoção integral do IFRS, as concessionárias de energia elétrica não podem mais fazer a reavaliação desses ativos. Mas, como a reavaliação é necessária para calcular tarifas e indenizações, as concessionárias vão passar a entregar um balanço diferente para a Aneel, no qual adotarão essa prática. Segundo o diretor da agência Romeu Donizete Rufino, o balanço regulatório será exigido a partir do exercício 2011.

ECD-Pis/Cofins - Prazos de entrega

A EFD-PIS/COFINS deverá ser transmitida mensalmente ao SPED até o 5º dia útil do segundo mês subseqüente a que se refira a escrituração, inclusive nos casos de extinção, incorporação, fusão, cisão total ou parcial.

A não apresentação da EFD-PIS/COFINS no prazo fixado acarretará a aplicação de multa no valor de R$ 5.000,00 por mês-calendário ou fração, de atraso.


Veja a seguir o cronograma de obrigatoriedade de entrega:


Fatos geradores ocorridos a partir de 1º.04.2011


Pessoas jurídicas obrigadas: PJ sujeita a acompanhamento econômico-tributário diferenciado (Portaria RFB nº 2.923 de 2009), e sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real


Fatos geradores ocorridos a partir de 1º.07.2011


Demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real


Fatos geradores ocorridos a partir de 1º.01.2012


PJ sujeita à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Presumido ou Arbitrado


- Bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil e cooperativas de crédito;


- Empresas de seguros privados;


- Entidades de previdência privada, abertas e fechadas;


- Empresas de capitalização;


- Pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos imobiliários, financeiros, agrícolas;


- Operadoras de planos de assistência à saúde;


- Empresas particulares que exploramnot serviços de vigilância e de transporte de valores.

A áerea Administrativa da empresa está recebendo a devida atenção???

      Atualmente, percebo certo descaso das empresas – sejam pequenas, médias ou grandes – com relação a um setor vital: a área administrativa. Muitos empresários ainda possuem uma visão distorcida quanto à necessidade de atenção especial a esta área tão importante e vulnerável das empresas; muitos continuam considerando os valores empregados como uma mera despesa ou um mal necessário dentro da organização.


     A área de vendas sempre foi o “primo rico”, recebendo todas as atenções, financeiras ou motivacionais, seguida pela área de Produção e afins. Em último lugar, se sobrar alguma coisa, pensam no Investimento em pessoal, treinamento, sistemas e equipamentos adequados para aquilo que considero o cérebro de qualquer empresa: o setor administrativo.

      Já recebi o relato de um cliente que teve sérios problemas com um grande fornecedor. Este atrasou, várias   vezes, o Faturamento de seus pedidos por problemas no setor administrativo, mais precisamente, na emissão de notas fiscais, por falta de pessoa qualificada para o procedimento. Investigando um pouco, descobriu que o setor de emissão de notas era "pilotado" por um estagiário. E não me refiro a uma pequena empresa, mas a uma multinacional.

      Em pequenas e médias empresas, o problema é ainda maior. Muitas, no intuito de economizar, acabam delegando várias funções importantes para uma única pessoa, sem assegurar um treinamento adequado mínimo; isso ocorre, por exemplo, nas áreas de recursos humanos, financeira e fiscal. Para uma pequena empresa, sem dúvida que no início essa é a única maneira possível de organização e, na maioria dos casos, é o próprio empreendedor que acumula as funções. Isso se torna um problema maior quando a empresa começa a crescer e essa área continua sendo a última a receber atenção, e não na medida da sua importância. Tal displicência pode, por vezes, custar caro ao empresário, por conta de rompimentos de parcerias importantes, assim como por severas punições na esfera fiscal.

      Uma sequência de erros e mal-entendidos pode minar qualquer relação comercial, mas frequentemente o empresário só se dá conta quando a bomba já estourou. Depois, sente-se traído por não ter sido informado sobre a gravidade do problema. Porém, fazendo uma pequena reflexão, poderá constatar que recebeu vários sinais quanto à situação, os quais não foram interpretados corretamente ou permaneceram tratados como assunto sem importância. O problema é ainda maior nas áreas fiscal e de pessoal: com o tempo, são criadas verdadeiras bombas–relógio, que podem ser acionadas sem qualquer aviso, com efeito devastador para as finanças de uma empresa, chegando até mesmo à falência

     Mencionei este assunto com o intuito de mostrar que, ao final, todo desajuste acaba estourando na empresa contábil ou na contabilidade das empresas. Ou seja, com tantas falhas na Produção do material para relatórios contábeis e fiscais, existe grande probabilidade de o empresário desconhecer o real valor de sua empresa. Da mesma forma, não terá informações confiáveis para a tomada de decisões importantes dentro da organização.

     Empresário, trate a área administrativa de sua empresa com o valor e a importância que esta merece e você constatará o aperfeiçoamento da relação com seus clientes e parceiros – e, consequentemente, o quanto poderá lucrar. Pense nisso!




Autor: Isaac Rincaweaki

Receita Itensifica Fiscalização sobre Grandes Empresas

     A Receita Federal vai intensificar a fiscalização sobre grandes empresas e pretende impedir a prática do que considera planejamentos tributários abusivos. O secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, inaugurou nesta sexta-feira (26) a Demac (Delegacia Especial de Maiores Contribuintes) em São Paulo, com o objetivo de apertar o cerco contra as 10.568 maiores empresas do país. De acordo com o Fisco, elas são responsáveis por 75% da arrecadação federal.


    No Estado de São Paulo, estão sediadas 40% dessas empresas, que apresentam os seguintes características: receita bruta anual acima de R$ 80 milhões, montante anual de débito registrado na DCFT (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais) superiores a R$ 8 milhões, montante anual de massa salarial informada nas GFIP (Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social) superior a R$ 11 milhões ou o total anual de débitos declarados na GFIP superior a R$ 3,5 milhões.
      Segundo Cartaxo, o foco da delegacia vai recair sobre empresas de todos os setores da economia, exceto o financeiro, que é fiscalizado por delegacia própria.

- A inauguração da delegacia é um marco importante. Prevejo que será um marco na história da Receita Federal.

     Na semana passada, a Receita inaugurou uma Demac no Rio. De acordo com Cartaxo, 500 funcionários da Receita em todo o país foram treinados para atuar nas delegacias.

     Para o subsecretário de Fiscalização da Receita, Marcus Vinícius Neder, um dos principais focos da delegacia será as manobras fiscais que as grandes empresas realizam com o objetivo de pagar menos impostos.

     Do total de 10.568 empresas consideradas grandes contribuintes, 42% apresentaram prejuízo fiscal nos últimos cinco anos. Por outro lado, em 2007, as mesmas empresas apresentaram R$ 110 bilhões de estoque de ágio, dinheiro que surge a partir de fusões e aquisições desse grupo de companhias e que pode ser passível de dedução ao longo de cinco anos, explica Neder.

- O ágio surge quando se paga mais que o valor patrimonial da Ação de uma empresa. Muitas vezes a Ação vale R$ 100 e a empresa resolve pagar R$ 1.000. Esse excedente, em princípio, não poderia ser despesa da empresa, a não ser quando ela vendesse essa participação. Algumas empresas fazem mecanismos para antecipar essa Amortização de ágio.

    Outro exemplo citado pelo subsecretário é a realização de operações desse tipo dentro de um mesmo grupo.

- Um grupo econômico, por exemplo, tem duas empresas. Ele faz uma operação e declara que pagou um ágio milionário. Mas ele controla as duas partes e ninguém sabe se aquele valor era aquele mesmo. Isso é feito para gerar despesa. É uma operação entre partes dependentes ou vinculadas, em que a operação é manipulada. Esse tipo de coisa gerou muito estoque de ágio e está sendo fiscalizada agora. É o ágio de si mesmo ou o ágio interno.

   As empresas, segundo ele, realizam esse tipo de operação porque uma lei criada na época das primeiras privatizações (9.532/97) permitiu a dedução do ágio.

- O que nós estamos questionando são as operações fictícias, simuladas e preparadas para economizar tributos.

   Neder afirmou que os funcionários que trabalharão nessas delegacias receberam treinamento sobre questões jurídicas, contábeis e de tributação internacional para fazer esse tipo de fiscalização.

- Às vezes, as provas não estão nos livros fiscais. Tem de se provar aquilo que não foi apresentado à Receita.

   Os auditores terão, justamente, a missão de enfrentar os grandes escritórios de advocacia que realizam planejamento tributário para grandes empresas.

- Não é mais a busca de omissão de receita.

  O subsecretário disse que a atualização do sistema do órgão permite hoje que todas as operações de fusão, Incorporação e reorganização societária sejam informadas e acompanhadas em tempo real pelo Fisco.

- Nenhuma reorganização é feita nesse segmento de maiores contribuintes sem que a Receita analise e verifique se houve alguma irregularidade.





sábado, 27 de novembro de 2010

Planejamento Tributário

   O Panejamento Tributário, "tax planni'" (como é conhecido nos Estados Unidos) é utilizado como parte das ferramentas de gestão de empresas, não sendo visto como atividade isolada, simplesmente visando à economia nos ônus fiscais. Muitas vezes, mudanças nas práticas e rotinas das empresas permitem uma substancial economia no montante gasto com os tributos e um melhor gerenciamento em relação ao momento de sua exigibilidade.

    A análise da empresa, parte do planejamento tributário, pode se dar nas esferas administrativa, fiscal, contábil e judicial.Na esfera administrativa, visa identificar e adotar hipóteses que possam desonerar a carga tributária global nas empresas. No campo fiscal, o foco é para o devido cumprimento das obrigações acessórias, que podem incentivar um processo de fiscalização. Outro ponto a ser considerado é a legalidade de determinados procedimentos realizados pelas empresas, buscando a alternativa mais econômica. Já, contabilmente, deve-se observar a validade dos dados fornecidos pela contabilidade, que dá suporte às operações.

 

     O exercício do planejamento tributário pode objetivar três finalidades, quais sejam, evitar a incidência do tributo, reduzir o montante do tributo devido e postergar o momento de sua exigibilidade. Com efeito, o que deve ser observado para realizar um planejamento tributário responsável são os procedimentos contábeis e operacionais da empresa.No caso da empresa estar realizando atos que gerem acréscimo em sua carga tributária, a função dos analistas consiste em estudar e optar pelas alternativas operacionais que, respaldadas em lei, possam desonerar seus encargos.

   O planejamento tributário é o único que pode resultar em real economia para as empresas, sem a preocupação com posteriores complicações com o Fisco. A análise das rotinas e procedimentos operacionais, além de visualizar a empresa globalmente, deve assegurar que fornecedores e clientes sejam considerados na visualização sistêmica da empresa como um todo inserido no mercado, não como uma célula isolada.

domingo, 21 de novembro de 2010

RESENHA: Renovação da Estratégia (Harvard Business Review)


     Mais uma excelente obra sobre Estratégia. O mais interessante deste livro é que ele mistura capítulos teóricos com entrevistas consagradas com alguns dos principais CFO's da atualidade, abordando quais estratégias utilizadas em diversas empresas de porte, tais como IBM, Amazon e General Eletric.

    "Para realizar investimentos inteligentes em sua organização, você precisa entender como seu setor muda. Mas tal conhecimento nem sempre é fácil de ser obtido. As empresas constantemente interpretam mal os sinais e chegam a conclusões errôneas."
    "Para entender realmente o rumo que seu setor está tomando, você precisa adotar uma visão abrangente, e de longo prazo, do contexto em que seu negócio está inserido."
    "Os executivos tendem a subestimar a ameaça às suas atividades centrais ao presumirem que os clientes de longa data ainda estão satisfeitos e que os longos relacionamentos com os fornecedores ainda são importantes. Na verdade, esses relacionamentos provavelmente se tornaram frágeis."

 "A estratégia não chega a lugar algum se não começar pelos clientes"

   "A importância dos Ativos negligenciados, subvalorizados ou subutilizados de uma empresa para a regeneração estratégica não pode passar despercebida.  A verdadeira pergunta, então, é como abrir os olhos da gerência para os ativos ocultos da empresa. Uma maneira de identificar os campos mais férteis. (...) os ativos ocultos costumar se enquadrar em três categorias: plataformas de negócio subvalorizadas, insights inexplorados sobre os clientes e capacidades pouco exploradas."

  "A maioria das grandes empresas acumula quantidades consideráveis de dados sobre as pessoas e os negócios que compram seus produtos. Mas nem sempre é claro o quanto elas realmente sabem sobre esses clientes."
 "As plataformas de negócios e os insights ocultos sobre os clientes são ativos que as empresas já possuem; na teoria, basta os gerentes descobrí-los e utilizá-los. As capacidades - a habilidade de desempenhar determinadas tarefas repetidamente - são diferentes. Toda capacidade está potencialmente disponível a qualquer empresa; o que importa é o modo como cada empresa combina várias capacidades em sistemas de atividades, como Michael Porter as chama, ou seja, combinações de processos de negócios que criam uma vantagem competitiva difícil de ser replicada."

 A empresa deve evitar entrar em uma burocracia em que as pessoas analisam demais os problemas e tornam mais lento o processo de tomada de decisões.

 "As pessoas não fazem o que você espera; elas fazem o que você inspeciona. O que quero dizer é que simplesmente não é mais possível inspecionar todas as pessoas. Mas você também não pode apenas soltar as rédeas e deixar que as pessoas façam o que quiserem sem orientação ou contexto. É preciso criar um sistema gerencial que dê poderes às pessoas e forneça uma base para a tomada de decisões."

 Dedicação ao sucesso de cada cliente.

 "Os empregadores têm uma séria de ferramentas a escolher para incentivar os empregados a trabalhar em cooperação visando atingir uma nova meta corporativa. Uma das habilidades gerenciais mais raras é a capacidade de saber quais ferramentas funcionarão ou não em determinada situação."

 
   

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Teste de Recuperabilidade - Impairment Test

  O teste de recuperabilidade, conhecido como "Impairment Test", tem por objetivo apresentar de forma prudente o valor real líquido de realização de um ativo. Esta realização pode ser de forma direta ou indireta, respectivamente, por meio de venda ou de utilização nas atividades.
       A essência do teste de recuperabilidade é evitar que um ativo esteja registrado por um valor maior que o recuperável; o teste busca verificar se o ativo não está desvalorizado em relação ao valor real. Um ativo estará desvalorizado quando o valor contábil registrado é maior que o valor recuperavel, por venda ou por uso. Entenda-se por valor contábil o valor que o ativo está apresentado no balanço patrimonial; ou seja,  pelo valor histórico deduzido de depreciação, exaustão ou amortização acumulada e de provisão para perda, se existir.
      Para os ativos destinados à venda ou realização direta em dinheiro, a recuperabilidade se dá pela comparação dos valores contábeis com os valores de venda ou de provável recebimento; já para os ativos destinados ao uso, para verificação da recuperabilidade considera-se o valor de venda ou o valor de uso, definido este último como o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, prevalecendo dos dois o maior, para comparação com o valor contábil.
      Como resultado da aplicação do teste de recuperabilidade, compatível com as práticas contábeis   adotadas no Brasil e as normas internacionais, não será mais aceito a existência de qualquer ativo, num balanço patrimonial, por valor superior ao que ele é capaz de produzir de caixa líquido para a entidade, pela sua venda ou pela sua utilização, ou seja, atualmente um ativo deverá ser apresentado pelo valor que ele será capaz de se transformar em dinheiro. O teste de recuperabilidade poderá diminuir o valor registrado de um ativo e não aumentá-lo, como era o caso do precedimento de reavaliação.
     Constatada a perda de valor recuperável, deve-se reconhecê-la imediatamente no resultado ou como redução da reserva de reavaliação, se aplicável, que poderá ser revertida se e quando desaparecerem as razões que levaram à sua constituição, com exceção da perda na recuperabilidade (impairment) do ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), que não poderá ser revertida. A contrapartida da perda por desvalorização será reconhecida na reserva de reavaliação, quando o bem testado já havia sido reavalidado, para mais, em períodos anteriores, de acordo com as normas de reavaliação de ativos. 
     A entidade deve fazer o teste de recuperabilidade no mínimo anualmente.

 Exemplo:  Um bem com valor contábil de R$ 80.000,00, sofre o reste de recuperabilidade, onde chega-se no valor recuperável de R$ 60.000,00, a empresa deverá efetuar o seguinte:

    Quando ficar identificado que o valor de realização do ativo é maior que o seu valor contábil, não será necessário nenhum tipo de registro. Entretanto, se o valor realizável do ativo for menor que o valor contábil, a empresa deverá efetuar o ajuste de emparelhamento, por meio do seguinte lançamento.

  D - Perda com Desvalorização de ativo (Despesa não operacional) -  R$ 20.000,00
  C - Provisão para perda com desvalorização de ativo (conta patrimonial) R$ 20.000,00

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Lei do Bem - PDI - Programa de Desenvolvimento e Inovação

  A lei do Bem (Lei 11.196), em seu apêndice sobre Inovação está  concedendo benefícios para  empresas que estão se adequando para tornar o mercado interno mais atrativo. É de grande interesse do governo que as empresas se tornem mais competitivas para se inserir no mercado global.
   Bom tempo após a criação da Lei, Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento continuam baixos, devido à insegurança jurídica, desconhecimento, ou porque as mesmas optam por outros incentivos.

 Abaixo segue alguns trechos da Lei.

  * "Considera-se inovação tecnológica a concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando maior competitividade no mercado.";

 * "A pessoa jurídica beneficiária dos incentivos de que trata este artigo fica obrigada a prestar, em meio eletrônico, informações sobre os programas de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação, na forma estabelecida em regulamento";

* "A pessoa jurídica (...) fica obrigada a prestar ao Ministério da Ciência e Tecnologia, em meio eletrônico, conforme instruções por este estabelecidad, informações sobre seus programas de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, até 31 de julho de cada ano."

* Art 19. "Sem prejuízo no disposto no art. 17 desta Lei, a partir do ano-calendário de 2006, a pessoa jurídica poderá excluir do lucro líquido, na determinação do Lucro Real e da base de cálculo da CSLL, o valor correspondente a até 60% da soma dos dispêndios realizados no período de apuração com pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, classificáveis como despesa pela legislação do IRPJ..."

   § 1º "A exclusão de que trata o Art. 19, poderá chegar a até 80% dos dispêndios em função do número de empregados pesquisadores contratados pela pessoa jurídica, na forma a ser definida em regulamento."


 QUESTIONAMENTOS: A empresa deverá segregar em grupos separados as despesas de custeio dos centros de custos incluídos no PDI. Caso tais centros de custos sejam segregados na Contabilidade de Custos e esta seja integrada à Contabilidade, os dados para acompanhamento poderão ser obtidos nos demonstrativos de Custos.
   Incentivos desta natureza são muito importantes, já conheço algumas empresas que estão se beneficiando disto. Muitas empresas possuem conhecimento deste Incentivo, mas, pelo histórico do Fisco, possuem insegurança em utilizar, o que é uma pena. O incentivo deve ser utilizado sem medo, é necessário apenas ter segurança e montar uma espécie de dossiê, caso um dia o fisco resolva fiscalizar, temos em um arquivo toda a comprovação das despesas realizadas com PDI. É importante o acompanhamento de uma consultoria, desde o momento de definir se o produto se inquadra no conceito de Inovador, até a seleção das despesas que podem ser incluídas no benefício.

sábado, 30 de outubro de 2010

Resenha: Controladoria na Coordenação dos Sistemas de Gestão (Lunkes, Schnorrenberger)


  Achei este um dos melhores trabalhos sobre controladoria que já tive acesso até hoje. É com grande competência que os autores traçam as premissas e questionamentos que permeiam a área de controladoria atualmente. Mostra que, embora ainda não haja uma defininção universal da função do controller, é indispensável que exista esta área de controladoria dentro das empresas, participando desde o planejamento estratégico até o controle operacional.
    O controller deve ter a habilidade de traduzir o plano estratégico em medidas operacionais e administrativas.
    "Se quisermos uma organização criativa e inovadora, precisamos contratar, promover e trabalhar com quem estejamos pouco à vontade."
   "As variáveis do processo envolvem, primeiramente, a descoberta de um problema de controle, que pode estar relacionado à expectativa de que possa ocorrer uma diferença entre a forma desejada e a real. Qualquer atuação sobre os objetos de controle implica em custos, portanto, deve-se avaliar a importância por meio da utilização, principalmente, da análise de pontos fracos, análise ABC, análise de sensibilidade, simulações e técnicas de rede."
 "A eficiência do sistema de informações é dependente da coordenação da estrutura do sistema contábil. Se ele não for desenvolvido, principalmente seu plano de contas com as segmentações necessárias, dificilmente a organização terá informações adequadas e no tempo certo para o processo de tomada de decisões."
 "Naturamente, o processo de identificar os responsáveis e as contribuições esperadas de cada área deve estar casado com a definição dos recursos necessários. Ou seja, para que uma área possa atender ao conjunto de expectativas que lhe serão cobradas, ela demandará suporte financeiro, humano ou outro qualquer. Essas regras devem ficar claras e bem definidas."
 "A busca de uma nova forma de remuneração, que alinhe a estratégia ao desempenho organizacional, é necessária em ambientes competitivos. E a remuneração por competências surge como importante ferramente para estimulá-la."
 "O processo orçamentário tem ínúmeros propósitos, como auxiliar no planejamento, na comunicação e coordenação, alocação de recursos, gerenciamento do desempenho financeiro e operacional, evolução e controle do desempenho e base para incentivos e remuneração variável".
 "Entre as principais atividades da controladoria está a disseminação das informações aos tomadores de decisão. Para saber quando, quais, como e por que as informações devem ser disseminadas pelo sistema de informação, é preciso conhecer a demanda para a efetiva tomada de decisão."


   Esta obra deixa claro uma verdade no mundo atual: a informação é o bem mais valioso, e o controller é o profissional com capacidade para lapidar esta informação e transformá-la numa obra de arte, que possui o poder de conduzir às organizações ao sucesso. 

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Micro e Pequenas empresas terão quase R$ 800 milhões em recursos para projetos de inovação

   A partir de janeiro de 2011, as micro e pequenas empresas dispostas a investir em inovação, contarão com R$ 787 milhões do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O dinheiro é para subsidiar projetos que incentivem a competitividade e o desenvolvimento sustentável das empresas, reduzindo desperdícios, aumentando a produtividade e a segurança dos funcionários.
     Segundo o Sebrae, o programa atuará em cinco linhas: serviço tecnológico básico para empresas que estão começando e precisam fazer mudanças em seu processo; serviço tecnológico avançado para empresas que precisam de um trabalho mais detalhado; o Sebraetec Inovação, que vai às empresas prestar consultoria para resolver os gargalos de inovação; o Sebraetec Inova, específico para empresas que pretendem desenvolver produtos novos; e a Indicação Geográfica, para empresas que possuem produtos regionais que, por serem exclusivos, agregam valor.
  A meta do programa é atingir 48 mil empreendimentos em três anos. As linhas de serviços tecnológicos básicos e avançados podem ser usadas automaticamente. As demais terão três editais que serão lançados a partir de janeiro. Os subsídios vão de R$ 5 mil a R$ 300 mil.
   O presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, afirmou que o objetivo principal do programa é fazer com que as empresas brasileiras passem a ter a cultura da inovação. "Nós precisamos construir produtos e serviços para atender tanto a demanda do mercado interno quanto do externo. Só vamos fazer isso se criarmos esse espírito no nosso setor empresarial".
 (...) "Nós passamos um bom tempo sem o país crescer, então as pessoas tinham seu negócio e não tinham concorrência. Agora, com o país crescendo e aberto, é preciso empresas competitivas."
   De acordo com o presidente do Sebrae, a cultura da inovação permite que as empresas criem produtos e serviços que atendam a população e podem ser exportados. "Assim podem comprar novas máquinas e deixam de ser micro e pequenas empresas e passam a ser grandes, gerando maior número de empregos".
   Para ter acesso aos programas, o empresário pode consultar um balcão do Sebrae (são mais de 800 em todo o país), consultar o site da entidade ou solicitar uma visita de um agente local de inovação.


 (Agência Brasil)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Desafios do Contador na Adoção dos IFRS

Texto de Paulo Atadaine Sobrinho publicado no Jornal Valor Econômico em 18/10/2010

   O contador tem sua atuação como profissional, quase que, totalmente influenciada  pelo ambiente onde atua. Nesse contexo, podemos observar, no que diz respeito ao processo de convergência aos padrões internacionais de contabilidade (IFRS), sem embargo, a grande vantagem que estão levando, os contadores que prestam serviços às sociedades anônimas de capital aberto, cujo órgão regulador é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
   Esta vantagem decorre do enfoque dado à contabilidade nestas sociedades, ou seja, o usuário da informação contábil. É como numa corrida de cavalos desigual: os jóqueis das sociedades anônimas de capital aberto saem com alguns corpos de vantagem, entenda-se que, a corrida é desigual; desleal, jamais. A afirmação tem como base, alguns trabalhos de comparação da contabilidade praticada no Brasil com as Normas Internacionais de Contabilidade. Os trabalhos citados utilizaram como referência para comparação, em sua maioria, as deliberações da CVM.
    Aos contadores que atuam nas demais sociedades, que, diga-se de passagem, é a esmagadora maioria, os esforços para adequar-se ao novo modelo serão redobrados, isso porque, a contabilidade brasileira sempre teve um enfoque "pró-fisco". Além de ter que assimilar conceitos totalmente novos, os contadores terão que passar por um vasto processo de mudança cultural. Mudar aspectos culturais que estão enraizados em nossas mentes, não é tarefa das mais fáceis. O vinho novo terá que ser colocado em um odre novo. São muitos paradigmas que terão que ser quebrados.
  Durante muitos anos estivemos presos aos grilhões do Regulamento do Imposto de Renda, sem poder questionar seus mandamentos sagrados. A partir da promulgação das Leis nº 11.638, de 2007 e nº 11.941, de 2009 - conversão da Medida Provisória nº 449, de 2008 - e criação do Regime Tributário de Transição (RTT), que separou a contabilidade para fins fiscais da contabilidade para fins societários, tornamo-nos escravos libertos. E agora? O que fazer? Como viver? Como trabalhar? Como processar tantas informações que antes eram processadas por meio de uma cartilha (RIR/99)?
     Por muitos anos, o Conselho Federal de Contabilidade tentou, por meio de diversas resoluções, mostrar aos contadores uma outra face da contabilidade, que em muitos aspectos é diferente da face dada pelo Fisco, mas infelizmente as amarras da legislação fiscal impediam que o contador sequer cogitasse a adoção de qualquer prática diferente da sua cartilha (RIR/99).
    Por fim, com o comodismo que acabou se impondo a maioria da classe contábil, hoje estamos às voltas com um profundo despreparo no que diz respeito ao processo de adoção das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS). Para nossa sorte, é conveniente lembrar que o método das partidas dobradas enunciada na obra do frade franciscano Luca Pacioli, em nada foi alterado, permanece incólume, apesar de seus mais de 500 anos. O cenário dessa grande peça teatral foi bruscamente alterado, mas a obra e seus atores continuam os mesmos.
    Além de todas as mudanças conceituais no processo de reconhecimento, mensuração e divulgação dos fenômenos patrimoniais, o contador ainda encara desafios na compreensão de conceitos da área de TI (tecnologia da Informação), na implantação, supervisão e validação de arquivos digitais (Sped Fiscal, Sped Contábil, Nota Fiscal Eletrônica, e-Lalur, FCont, etc.), sem contar com os desafios de acompanhar diariamente a complexa legislação tributária reinante em nosso país.
      A legislação fiscal, na ânsia de tributar, reduziu a contabilidade a um mero instrumento para atingir seus objetivos. Os esforços do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) para dar à contabilidade o seu verdadeiro significado sempre foram em vão.
     Quando pesquisamos a literatura relacionada à contabilidade internacional produzida em solo brasileiro, podemos observar a tremenda escassez de produção literária ligada a esse assunto. Também temos que levar em consideração o fato de que as normas internacionais de contabilidade estão em constante processo de mudança, em função de uma realidade cada vez mais volátil.
    A grande vantagem das normas internacionais de contabilidade que estão sendo adotadas no Brasil é o fato de se tratar de um conjunto completo de normas, tanto para as sociedades anônimas de capital aberto e sociedades de grande porte - artigo 3º da Lei nº 11.638, de 2007 -. como para pequenas e médias empresas, CPC PME (aprovado pela Resolução CFC nº 1.255, de 2009). Sua adoção deve ser integral, não há espaços para adaptações, ou se adota integralmente ou não. Esse raciocínio vale para todas as empresas brasileiras.
    Num determinado momento dessa história, todos os agentes envolvidos resolveram começar a cumprir os seus verdadeiros papéis. Estamos nos referindo ao governo Federal, à Receita Federal do Brasil, ao Conselho Federal de Contabilidade, aos vários órgãos reguladores. Cabe a cada um de nós, agora, dar a nossa parcela de contribuição ao sucesso dessa grande empreitada, sem esquecer que, em muitos atos, somos os atores principais.

domingo, 10 de outubro de 2010

Características Qualitativas de Informação em Demonstrações Contábeis



COMPREENSIBILIDADE: a informação apresentada em demonstrações contábeis deve ser apresentada de modo a torná-la compreensível por usuários que têm conhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas e de contabilidade, e a disposição de estudar a informação com razoável diligência.


RELEVÂNCIA: a informação fornecida em demonstrações contábeis deve ser relevante para as necessidades de decisão dos usuários. A informação tem a qualidade da relevância quando é capaz de influenciar decisões econômicas de usuários, ajudando-os a avaliar acontecimentos passados, presentes e futuros ou confirmando, ou corrigindo, suas avaliações passadas.


MATERIALIDADE: a informação é material - e, portanto tem relevância - se sua omissão ou erro puder influenciar as decisões econômicas de usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis. A materialidade depende do tamanho do item ou imprecisão julgada nas circunstâncias de sua omissão ou erro.


CONFIABILIDADE: a informação fornecida nas demonstrações contábeis deve ser confiável. A informação é confiável quando está livre de desvio substancial e viés, e representa aquilo que tem a pretensão de representar ou seria razoável de se esperar que representasse.


PRIMAZIA DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA: transações e outros eventos e condições devem ser contabilizados e apresentados de acordo com sua essência e não meramente sob sua forma legal. Isso aumenta a confiabilidade das demonstrações contábeis.


PRUDÊNCIA: prudência é a inclusão de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas exigidas de acordo com as condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não sejam superestimados e passivos ou despesas não sejam subestimados.


INTEGRALIDADE: para ser confiável, a informação constante das demonstrações contábeis deve ser completa, dentro dos limites da materialidade e custo.


COMPARABILIDADE: os usuários devem ser capazes de comparar as demonstrações contábeis da entidade ao longo do tempo, a fim de identificar tendências em sua posição patrimonial e financeira e no seu desempenho.


TEMPESTIVIDADE: tempestividade envolve oferecer a informação dentro do tempo de execução da decisão. Se houver atraso injustificado na divulgação da informação, ela pode perder a relevância.



EQUILÍBRIO ENTRE CUSTO E BENEFÍCIO: os benefícios derivados da informação devem exceder o custo de produzi-la, A avaliação dos custos e benefícios é, em essência, um processo de julgamento.




QUESTIONAMENTOS: em meio a esta revolução contábil que estamos vivendo, observo que nas novas regras contábeis que vão em convergência com o padrão internacional, há um elevado grau de subjetividade e julgamento. Percebe-se uma contabilidade voltando-se mais para o foco gerencial, e é com grande aceitação que concordo com algumas das características acima exigidas, como, por exemplo, a comparabilidade, pois todas as empresas, independente do porte, devem fazer uma análise mais profunda de suas demonstrações, comparando com anos anteriores.
 Vejo grandes vantagens nas novas normas contábeis, mas desperto algumas preocupações, entre elas: o excesso de subjetividade das normas podem tornar mais fácil mascarar e manipular um demonstrativo contábil?

sábado, 25 de setembro de 2010

RESENHA: Gerenciando Mudança e Transição (Mike Beer)

   

Uma ótima obra para complementar leituras sobre planejamento estratégico, levando em conta que o fator humano (e sua resistência à mudanças) costuma apresentar as maiores dificuldades para implantação da estratégia.
    As mudanças que partem do topo criam também problemas humanos. As pessoas opõem-se à soluções impostas por indivíduos que não têm familiaridade com suas funções cotidianas.
    Por definição, os líderes primeiro criam uma visão atraente do futuro e depois desenvolvem uma estratégia lógica para torná-la realidade.
   As empresas são sistemas sociais, não máquinas. Para ser eficaz, uma solução técnica deve inserir-se confortavelmente em seu tecido social; do contrário, o sistema imunológico da empresa atacará. As pessoas que deles participam possuem identidades, relacionamentos, comunidades, atitudes, emoções e poderes diferenciados. Assim, quando se tenta mudar alguma parte do sistema, todos esses fatores entram em jogo, acrescentando vários níveis de complexidade a qualquer processo de transformação. Para que a gestão das mudanças seja bem-sucedida, é preciso reconhecer, antes de mais nada, a primazia dos fatores humanos e dos sistemas sociais em que elas se operam.
  Tendemos a seguir trilhas familiares, confortáveis, seguras e satisfatórias. E não ansiamos por mudar, a menos que haja bons motivos para tanto. Temos também nossas "rotinas sociais" no trabalho - associações com colegas que satisfazem nossas necessidades de animais sociais -, e alterações impostas a essas rotinas são igualmente mal recebidas.
   "O reformador tem inimigos em todos aqueles que se beneficiam da ordem antiga" (Maquiavel)

  "Jamais permita que alguém se sinta excessivamente à vontade em suas funções"

 Repensar às resistências à mudança significa vê-la como uma parte normal da adaptação, algo que quase todos nós fazemos como proteção. Trata-se de uma fonte potencial de energia e também de informações sobre o projeto de mudança e seus rumos. Portanto, em vez de considerar toda resistência um obstáculo, tente entender suas origens, suas razões e sua essência potencialmente afirmativa. Isso pode abrir novas possibilidades para a efetivação da mudança.

 QUESTIONAMENTOS: em meio à Revolução Contábil que estamos passando, é inevitável mudar nossa postura e comportamento em relação aos escritórios e empresas em que trabalhamos. A nova postura da contabilidade exige personalidade de aprendizado constante,  e para que isto funcione, os gerentes precisam entender os aspectos humanos das empresas, para tirar melhor proveito das mudanças. Entender que "sair da zona de conforto" significa abrir a mente para novos aprendizados. Achei esta obra muito interessante, por buscar responder questões que frequentemete nos deparamos dentro das organizações: Como lidar com o fator humano da mudança??

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Análise de Valor

         A simples idéia de criar um negócio implica na análise prévia do valor que esse empreendimento e seus produtos ou serviços representarão para seus potenciais clientes. (Percepção que o cliente cria do produto - critérios subjetivos).
         Suspeita-se, mesmo, que a Análise de Valor seja uma técnica de aplicação geral que utilizamos automática e inconscientemente em várias situações: ao ler um livro, assistir um filme, comprar algo ou ao sermos apresentados a uma pessoa desconhecida.
         A distinção entre funções necessárias e desnecessárias é, na maioria dos casos, a operação mais importante e mais complexa da análise de valor. (Identificar as atividades que não agregam valor).
         O sistema convencional pesquisa os ajustes que podem ser introduzidos nos processos de produção ou venda de um produto ou serviço, com o objetivo precípuo de eliminar ou substituir materiais e/ou atividades que representem custos desnecessários.
     O sistema de Análise de Valor, por sua vez, volta-se para a relação produto-cliente, analisando as funções do referido produto em comparação com as expectativas de seu usuário, com vistas às finalidades simultâneas de aumentar a utilidade do produto ao consumidor e racionalizar os custos daquele.
     Em função dessas finalidades, nota-se que a Análise de Valor não se reduz a uma simples técnica de corte de custos, uma vez que, para a maximização da utilidade de um produto ou serviço (que é seu objetivo final), esse tipo de análise pode, frequentemente, recomendar o aumento desse custo, o que tenderá a redundar em aumento de lucros, dada a maior aceitação do produto em função do crescimento da sua utilidade para o consumidor.
     É importante perceber o que pode e o que não pode ser simplificado ou até eliminado no produto ou em seu processo produtivo. Da boa execução dessa etapa resultará a correção da racionalização de custos ou a alteração de especificações que virão a ser recomendadas.

QUESTIONAMENTOS:
    Me parece visível a mudança que a contabilidade de custos sofreu na última década. O preço do produto não é mais determinado pela linha de produção, e sim, pelo mercado consumidor. Como o mercado define o preço, me parece que a melhor análise deve partir da percepção que o cliente faz do preço do produto, para depois eu adequar a minha produção, ou, em casos drásticos, sair do mercado.
  Portanto, nesta análise, volta a insistir na importancia dos indicadores não-financeiros de gestão, pois eles podem apontar questões que influenciam na percepção que o cliente faz dos meus produtos.

domingo, 12 de setembro de 2010

Informações não Financeiras

  As informações não financeiras são tão importante quanto as informações financeiras, porém muitas vezes são negligenciadas. Muito da formação dos gestores, contadores, economistas e engenheiros é voltada para a análise exata, financeira., porém, as informações não financeiras são portadoras de subsídios importantes para a tomada de decisões.
   Normalmente é da informação não financeira que surgem melhoria dos processos internos e a satisfação do cliente. Até o entendimento do que é uma informação não financeira muitas vezes é complexo. Por exemplo, as informações e os controles não devem apenas focar a redução de custos, mas também de como melhorar a qualidade, reduzir os tempos de ciclos e satisfazer às necessidades dos clientes. Assim, dados do desempenho sobre as atividades, como defeitos, retrabalho, refugo, ganhos de produção e entrega pontual, tempos de atendimento do cliente e devoluções são fundamentais nas análises de informações não financeiras.
    Estas informações não financeiras passaram a ser denominados de ativos intangíveis ou intelectuais. A habilidade para monitorar e explorar ativos intangíveis ou intelectuais tornou-se tão importante para as empresas quanto o investimento em ativos físicos tangíveis.
    Os ativos intangíveis capacitam as empresas ao seguinte:

* Desenvolver relacionamentos para reter a lealdade dos clientes atuais e conqusitar novos segmentos de clientes;
* Introduzir produtos e serviços inovadores desejados pelos segmentos de clientes visados;
* Fabricar produtos e prestar serviços customizados a baixo custo, alta qualidade e prazo reduzido;
* Mobilizar a motivação e as habilidades dos funcionários para melhorias contínuas nas capacitações dos processos, na qualidade e nos tempos de resposta;
* Utilizar estrategicamente a tecnologia de informação, banco de dados e sistemas.

QUESTIONAMENTOS:  tomar uma decisão gerencial apenas pela análise de uma balanço patrimonial e/ou demonstrativo de resultado de exercício pode comprometer uma empresa, portanto, ao se analisar as demonstrações contábeis de uma empresa, devemos conhecer um pouco de seus aspectos intangíveis (não apenas o "valor do ativo intangível" registrado no Balanço). Devemos nos questionar constantemente como fazemos para identificar os índices não financeiros, tais como: satisfação do cliente, "turnover", imagem da empresa junto à sociedade, gerenciamento de ativos biológicos, responsabilidade social e ambiental, quantidade de entrega de pedidos dentro do prazo, retrabalho, capacidade dos funcinários, etc...
 UM EXEMPLO IMPORTANTE:  Quando um cliente entra em minha loja e compra um produto, este fato estará sendo registrado contabilmente, acréscimo de receita, e irá aparecer no meu DRE (Demonstrativo de Resultado do Exercício), mas, faço o seguinte questionamento: e quando o cliente entra em minha loja, consome o custo da mão de obra do vendedor, e não compra nada! este cliente não aparecerá na minha demonstração contábil, pois não me gerou receita, mas, na realidade,  me gerou custo.

sábado, 11 de setembro de 2010

Governança Corporativa para pequenas e médias empresas, por que não??

       A Governança Corporativa tem sido objeto de estudos em todo o mundo e é amplamente reconhecida como um fator essencial para o acesso das empresas ao mercado de capitais. Ao procurar definir princípios que visam compor os diversos interesses afetados pelas leis, regras e regulamentos internos que regem o governo das companhias, sua conceituação apresenta grande abrangência podendo incluir apenas os interesses dos acionistas da sociedade, ou, de maneira mais ampla, outros interesses que não exclusivamente o interesse dos acionistas, mas também dos empregados, consumidores e membros da comunidade.
       A Governança traz consigo a idéia de um melhor relacionamento entre acionistas, administradores, conselheiros, gestores e os demais stakeholders.
       Os quatro pilares de boas práticas de governança: Equidade, Prestação de Contas, Transparência e Sustentabilidade Corporativa.
OBJETIVO: Criar um conjunto eficiente de mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado com o interesse dos acionistas.
Conceitualmente a Governança Corporativa surgiu para superar o "conflito de agência", decorrente da separação entre a propriedade e a gestão empresarial. Nesta situação, o proprietário (acionista/quotista) delega a um agente especializado (executivo) o poder de decisão sobre sua propriedade. No entanto, os interesses do gestor nem sempre estão alinhados com os do proprietário. A preocupação da Governança Corporativa é criar um conjunto eficiente de mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado com o interesse dos acionistas.
     A boa Governança proporciona aos proprietários a gestão estratégica de sua empresa e a monitoração da direção executiva. As principais ferramentas que asseguram o controle da propriedade sobre a gestão são: o conselho de administração, auditoria independente e o conselho fiscal. A empresa que opta pelas boas práticas de Governança Corporativa adota como linhas mestas a transparência, a prestação de contas, a equidade e a responsabilidade corporativa.

QUESTIONAMENTOS: da mesma forma que a padronização mundial da contabilidade em uma linguagem única, com o Brasil criando o CPC (Comite de Pronunciamentos Contábeis) com a premissa de emitir regras compativeis com o Padrão Internacional de Contabilidade, inicialmente afetando as grandes empresas, e atualmente (conforme própria recomendação do CFC) afetnado TODAS as empresas, cabe a nós pensarmos também se as demais práticas adotadas mundialmente pelas grandes empresas (que procuram manter imagem junto ao público investidor), passarão aos poucos a fazer parte da rotina das pequenas e médias empresas. A relação de agência, existe tanto nas grandes, como nas pequeas e médias empresas, e o que minha empresa faz para se proteger dos "custos de agência"? Como fortalecer a Transparência e alinhamento de interesses dentro de minha pequena e média empresa? Entendo que não só a padronização mundial da linguagem de negócios devem ser implantadas e exigidas em todas as empresas mundiais (independente do porte) como também deve-se expandir os modelos e boas práticas de gestão, tais como Governança Corporativa para todas as empresas, levando em conta, obviamente, o custo da informação, mas sempre é possível criar modelos enxutos, objetivos e adaptados.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

RESENHA: Controladoria: Analise Financeira, Planejamento e Controle Orçamentário (Antonio Salvador Morante e Fauzi Timaco Jorge)


       Esta obra aborda os conceitos básicos da função da controladoria, índices de análise de balanço e orçamento.
      Ao ler esta obra me deparei com um livro que peca por ser superficial demais. O livro aborda o caso de três empresas que estimam índices orçamentários, trabalhando com projeções numéricas sem entrar no mérito principal: COMO alcançar estas projeções? Me parece muito fácil olhar uma demonstração contábil e concluir: "A empresa precisa aumentar as vendas em 20% no próximo ano!", mas, ao meu ver, a questão principal, que o livro deixa de abordar, deve ser: COMO aumentar as vendas em 20% no próximo ano? Qual estratégia minha empresa vai adotar junto à área comercial e de marketing? Que mercados e análise de vendas por regiões devo tratar?
   Concluindo, esta obra é de caráter teórico, pecando muito nos exemplos de aplicação prática, vale a pena para quem quer ter em mãos as fórmulas dos principais indicadores de análise, tais como: índices de liquidez, giro de estoques, prazo médio de recebimento e pagamento, etc..., mas não aconselho para quem já tem conhecimento destes índices e espera ver uma aprofundada aplicação dos mesmos.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o Pis/Pasep e da Cofins (EFD – Pis/Cofins)

   Por meio da Instrução Normativa RFB 1.052/2010 foi instituída a Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o Pis/Pasep e da Cofins (EFD - Pis/Cofins), para fins fiscais que deverá ser transmitida, pelas pessoas jurídicas a ela obrigadas, ao Sisitema Público de Escrituração Digital (SPED).

   Obrigatoriedade de Apresentação:
              Estão obrigadas a adotar e entregar a EFD - Pis/Cofins:

* Empresas do lucro real e concomitantemente sujeitas ao acompanhamento diferenciado, a partir de 01/01/2011;
* Demais empresas tributadas pelo Lucro Real, a partir de 01/07/2011;
* Pessoas Jurídicas sujeitas à tributação com base no lucro presumido ou arbitrado, a partir de 01/01/2012.

  Prazo de Entrega e Multa:
       A  EFD Pis/Cofins deverá ser transmitida mensalmente até o 5º dia útil do 2º mês subsequente ao período a que se refere a escrituração.
     A não entrega no prazo acarretará multa no valor de R$ 5.000,00 por mês calendário ou fração.


  CONTEÚDO:

      O empresário, a sociedade empresária e as demais pessoas jurídicas obrigadas devem escriturar e prestar na EFD-PIS/Cofins as informações referentes:

A) às suas operações, de natureza fiscal e/ou contábil, representativas de seu faturamento mensal, assim entendido o total das receitas que tenham auferido, independentemente de sua denominação ou classificação contábil, correspondente  à receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas;

B) em relação às operações, de natureza fiscal e/ou contábil - representativas de aquisição de bens para revenda, bens e serviços utilizados como insumos e demais custos, despesas e encargos, sujeitas à incidência e apuração de créditos próprios do regime não cumulativo, de créditos presumidos da legislação da contribuição para o Pis/Pasep e da Cofins;

C) Valores  retidos na fonte em cada período, outras deduções utilizadas e, em relação às sociedades cooperativas, na hipótese de incidência concomitante com a contribuição incidente sobre a receita bruta, a contribuição para o Pis/Paseo sobre a folha de salários.


QUESTIONAMENTOS:


     A legislação do Pis/Cofins é muito complexa, devido à subjetividade de muitos de seus elementos . O conceito de Insumos ainda é dificilmente identificado dentro das empresas. A velha discussão: o que dá e o que não dá direito à crédito, precisa ser definida. Por isso, acredito que para entregarmos uma EFD-Pis/Cofins com qualidade, primeiro precisamos esclarecer bem conceitos como Insumos e termos convicção através de um melhor esclarecimento da legislação sobre as entradas que efetivamente permitem crédito.

domingo, 5 de setembro de 2010

Resenha: ESTRATÉGIA (Richard Luecke)


  Recentemente li esta obra sobre estratégia e destaco abaixo alguns pontos que achei interessantes.

* Não vale a pena ter uma ótima estratégia se as pessoas não sabem implementá-la de forma adequada.
* Uma vantagem competitiva é uma função da estratégia que coloca uma empresa em posição melhor do que as das rivais na criação de valor econômico para os clientes.
* As pessoas são a parte mais importante da implementação. Aproveitar sua energia e compromisso para a mudança estratégica é sempre o maior desafio da gerência. Os funcionários devem sentir que têm algo a dizer sobre os planos que precisam implementar. COMPROMETIMENTO.
* Há alguma coisa se desenvolvendo no mundo da tecnologia que possa alterar seu ambiente competitivo, talvez tornado obsoletos os produtos dos líderes atuais do setor? (neste ponto reporto para a importancia do investimento em TI por empresas prestadoras de serviços, cuja informaçção é o principal produto).

  Evoluindo dos conceitos básico e indo à exemplos práticos, este livro trás um apanhado geral sobre o tema estratégia, inclusive sugerimdo modelos de análise SWOFT (identificação de pontos fortes e fracos da organização). Particularmente acho leituras assim de grande valia para repensarmos alguns métodos utilizados na rotina de trabalho, afinal, como meu professor Raul citou em aula: "Se não estamos reavaliando nossas rotinas e funções constantemente, estamos andando para trás!", porém acredito que nenhuma estratégia de "prateleira" deve ser aplicada 100% em nenhuma empresa, afinal, cada empresa possui particularidades, cenários e variáveis que não serão levadas em conta na literatura!
 
QUESTÕES PARA REFLEXÃO:

   ATÉ QUE PONTO, E COMO, O PROFISSIONAL CONTÁBIL DEVE SE ENVOLVER NA CRIAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO DA EMPRESA? EM QUAIS PONTOS AS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS SÃO ESSENCIAIS PARA A FORMAÇÃO DA ESTRATÉGIA DA EMPRESA?

Tecnologia da Informação (TI) aplicada na prestação de serviços contábeis

A sociedade vem apresentando, nos últimos anos,
grandes mudanças no seu modo de viver, de se relacionar e
de trabalhar. Grande parte dessas mudanças – ou todas elas –
advém do avanço da tecnologia, da evolução dos computadores
e da Tecnologia da Informação (TI). Na maioria dos casos,
essa tecnologia agiliza e facilita as rotinas e tarefas tanto
pessoais como organizacionais, tornando-se indispensável ao
atendimento de clientes, fornecedores, parceiros de negócio,
funcionários e acionistas. Ela permite o tratamento da
informação e fornece grande parte do suporte necessário ao
redesenho da organização, na busca de atingir as expectativas
de todos os envolvidos.
A área contábil foi uma das primeiras a fazer uso da TI,
graças aos processos rotineiros e de cálculos regulares com base
em grandes quantidades de dados numéricos, que necessitam
ser realizados em curto espaço de tempo (Suwardy et al.,
2003). Assim sendo, o desenvolvimento da TI certamente foi
e é de grande valia para os sistemas contábeis, pois trouxe e
traz rapidez e agilidade ao processamento dos dados (Cunha e
Cornachiore, 2003). Nesse contexto, a área contábil continua
sendo uma das que percebeu mais fortemente o impacto das
inovações tecnológicas (Paiva, 2002).

Kraemer (2003) corrobora essas colocações, ao afirmar
que o profissional contábil que não se modernizar, que não
equipar seus escritórios com o que há de mais atual em TI,
ajudando a si e a seu cliente, é fadado ao fracasso

Assim como nas organizações, de um modo geral, nas
empresas prestadoras de serviços contábeis as mudanças
proporcionadas pela TI foram relevantes e a competência no uso
dessa tecnologia é imperativa ao profissional dessa área. Entre
os vários aspectos da profissão contábil afetados pelos avanços
na TI, os sistemas de informações contábeis e os ERPs podem
ser considerados alguns dos principais motivadores dessas
mudanças (International Federation of Accountants, 2009).

O ERP afeta todos os setores da empresa, pois fornece
informações sobre o que, quanto e quando produzir. Afeta, em
especial, a contabilidade, em vista do estreito relacionamento
que esta tem com diversas áreas, principalmente com aquelas
nas quais ocorrem decisões que afetam o patrimônio. Logo, a
utilização do ERP também influencia as funções do contador
e da própria contabilidade. O contador passa a dispor de uma
ferramenta que auxilia na redução dos prazos de fechamentos
mensais e fornece mais confiabilidade aos processos de
apuração de tributos, além de maior consistência dos registros
nos sistemas auxiliares (contas a pagar e a receber, controle de
estoque e do imobilizado, entre outros) (Peleias, 2001).
Conforme Peleias (2001), isso permite ao contador se
liberar de uma grande quantidade de tarefas operacionais
e burocráticas e oportuniza a esse profissional dedicar mais
tempo para identificar e oferecer aos gestores as informações
de que estes necessitam. Tal disponibilização pode, em última
análise, mudar o papel do contador, transformando-o em um
consultor interno, que participa com mais frequência das
decisões de negócio da empresa.

* A integração das informações é uma das grandes responsáveis pelo aumento da
produtividade.
* Não há mais a necessidade de comparecimento do contabilista ou proprietário da
empresa aos Órgãos Públicos.
* Há possibilidade de envio pela internet das informações solicitadas pelos Órgãos
Públicos e clientes.
* A TI pode ser utilizada de forma estratégica, quando busca clientes que valorizam a
informação gerencial.
* Investimentos em TI não deve ser motivados apenas por uma tentativa de redução de custos, mas
pela necessidade operacional.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO
  A partir do compêndio acima, que formulei com base em estudos recentes, questiono aos profissionais da contabilidade e áreas afins, qual o nível de integração utilizado hoje em seus escritórios e locais de serviço em conexão direta com as empresas atendidas?  Como utilizar ao máximo o ERP à favor da contabilidade? Qual a posição os escritórios e profissionais devem tomar para se posicionar no novo cenário de TI? Meu escritório/empresa, possui um profissional de TI responsável por filtrar as informações. A PARTIR DO MOMENTO EM QUE A EMPRESA PASSA A UTILIZAR OFICIALMENTE O SISTEMA CONTÁBIL (ESTE NUM SENTIDO AMPLO) PARA A TOMADA DE DECISÃO A MINHA RESPONSÁBILIDADE PERANTE O CONFIABILIDADE DOS DADOS PASSA A SER MUITO MAIOR DO QUE QUANDO MINHA CONTABILIDADE ERA VOLTADA APENAS PARA O FISCO.